segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Forrózinho






...Pena que no youtube as músicas se perdem. Os usuários vão excluindo e as playlists ficam desfalcadas.

Sobre arquitetura e sustentabilidade

Quando pensamos em sustentabilidade, logo nos vêm à mente: vamos salvar a natureza! 

E nesse espírito de super-heróis, ou de "reconquistando o que fora perdido", o mercado oportunista viu a grande chance de divulgar um termo como forma de marketing visando a grama, ops, grana. 


Quando Deus disse em Gênesis 28 que era para o homem encher a terra e sujeitá-la, teve uma galera que entendeu errado a parte de sujeitar e começou a escravizar a terra. Como diria narrador de futebol Téo José: "Não! Não é assim!".

A natureza se regenera de uma forma incrível. E no seu tempo, que é bem diferente do nosso. Ao passo que uma árvore pode viver mais de 3.000 anos, enquanto a nossa expectativa de vida não ultrapassa os 100 anos - acima de 80 anos já está mais que bom, né? Morreu de velhice.

Sarv-e-Abarkooh (árvore cipestre) 4.000 anos  / Oscar Niemeyer 104 anos

O estilo arquitetônico contemporâneo não dá chances à arquitetura vernacular e espontânea que é diferente em cada lugar de acordo com seus fatores climáticos e culturais. 

Akron Art Museum, Ohio, 2007 / Estufa de plantas.

O estilo adotado é internacional, vindo principalmente de países que são grandes potências econômicas, inseridos por exemplo, num clima temperado. Ou seja, pensando na "nossa casa", não há como implantar uma edificação coberta excessivamente de vidros, pois seria como usar a mesma técnica das estufas, onde a iluminação entra mas o calor entra e não sai. E isso gera um uso maior de energia. O que acontece com essas edificações, é que a luz natural é pouco aproveitada; fecham as cortinas, ligam as luzes e o ar-condicionado, mesmo raiando um lindo dia de sol. Não faz sentido! Qualquer edificação causa impacto no meio ambiente, mas essa "internacional" especificamente, causa um enorme impacto, principalmente quando é replicada (muitos edifícios iguais no mesmo sítio, estilo arquitetônico em alta). 

A tecnologia foi suplantando diversos princípios arquitetônicos. Assim como na época do historicismo neoclássico da revolução industrial, quando a construção se dividiu em engenharia e arquitetura, as pessoas, em sua maioria, estavam fascinadas com as novas técnicas e a rapidez com que elas eram realizadas, mas, em contrapartida haviam os arquitetos numa linha de classicismo romântico e poético que não admitiam os catálogos de plantas que os engenheiros estavam criando e delimitando com isso a forma de criar. 

Estamos numa fase de deslumbre com a tecnologia, onde o homem se encapa com ela e fica alheio ao seu ecossistema, como se não fizesse parte dele. O consumismo do nosso tempo também faz parte dessa conduta, de almejar, ter e usar as tecnologias mesmo sem necessidade. E isso tem enfraquecido muito em vários aspectos, principalmente falando em arquitetura. 
Não sou contra tecnologias (ar-condicionado, aquecedor, bla, bla, bla), mas devem ser utilizadas com sabedoria. Estamos delimitados a um estilo de criação que não convém com a realidade. Nem do clima e nem do cenário de poluição do planeta, além desses interesses individuais, gananciosos e egoístas.


Kárita talvez consiga encarar essa realidade escrevendo, já que mesmo tendo esperanças, sabe que lá no fundo não há como fugir do mercado atroz morando na cidade - talvez nem fora dela.