Entender as influências da neurociência na área da arquitetura é muito relevante.
A neurociência é empírica e tem desenvolvido métodos, experimentos e instrumentos capazes de comprovar, medir e interpretar a influência dos ambientes construídos sobre os seres humanos. Esse conhecimento fornece, de forma a captar de maneira objetiva, o poder da arquitetura sobre a saúde e o comportamento das pessoas e potencializa investigações visando melhorar o papel desempenhado pela arquitetura na qualidade de vida psíquica dos indivíduos.
Estar em locais planejados e pensados para o bem estar humano, nada mais é que um dos exercícios estimuladores da neuroplasticidade cerebral. Ou seja, a arquitetura pode influenciar na alteração do cérebro, de forma positiva, mas também infelizmente, quando mal elaborado ou propositalmente elaborado para oprimir, pode ser um gatilho para alterações cerebrais negativas, o resultado dependerá de como for a configuração do espaço.
Neste contexto, a neurociência pensada no prisma da arquitetura vem para instrumentalizar na escolha mais adequada para o conjunto de experiências que se deseja oferecer. As decisões projetuais são influências essenciais para esse objetivo: a escolha da iluminação, o pé-direito, os materiais, a acústica, a paleta de cores, etc. É importante entender como esses mecanismos acontecem para orientar as escolhas mais adequadas.
Alguns termos importantes para começarmos a entender:
neurogênese: gerar novos neurônios. Acontece na área do hipocampo - aprendizagem e memória. Atenção, altos níveis de estresse e pressão comprometem o hipocampo.
neuroplasticidade: modo com o qual o ambiente modela e modula o cérebro humano ao longo da vida. é a capacidade do cérebro de moldar-se.
neurônios-espelho: grupo de neurônios especializados em imitar ações e/ou intenções. É ativado quando ocorre uma ação e quando essa é observada. Ocorre também na leitura da intenção dos outros humanos. Relaciona-se à empatia. Está desenvolvido também na origem da fala humana, na imitação, na aprendizagem.
cognição: resulta da interação contínua entre cérebro - ambiente.
O corpo (como todo) do organismo, em simbiose com o ambiente, determina a cognição.
Emoções e sentimentos
Emoções primárias
São responsáveis por nossa sobrevivência desde o homem primitivo:
alegria - tristeza - repugnância - raiva - surpresa
Emoções secundárias
São alteradas conforme a cultura em sua expressão com novos significados:
ciúme - culpa - vergonha - embaraço - orgulho
Emoções de fundo
São processos mentais físicos ou mentais contínuos, ou por interações do organismo com o meio. São induzidos por estímulos internos de regulação da vida.
bem estar - atenção - fadiga - energia - mal estar - relaxamento - ansiedade - apreensão - calma