Quando pensamos em sustentabilidade, logo nos vêm à mente: vamos salvar a natureza!
E nesse espírito de super-heróis, ou de "reconquistando o que fora perdido", o mercado oportunista viu a grande chance de divulgar um termo como forma de marketing visando a grama, ops, grana.
Quando Deus disse em Gênesis 28 que era para o homem encher a terra e sujeitá-la, teve uma galera que entendeu errado a parte de sujeitar e começou a escravizar a terra. Como diria narrador de futebol Téo José: "Não! Não é assim!".
A natureza se regenera de uma forma incrível. E no seu tempo, que é bem diferente do nosso. Ao passo que uma árvore pode viver mais de 3.000 anos, enquanto a nossa expectativa de vida não ultrapassa os 100 anos - acima de 80 anos já está mais que bom, né? Morreu de velhice.
O estilo arquitetônico contemporâneo não dá chances à arquitetura vernacular e espontânea que é diferente em cada lugar de acordo com seus fatores climáticos e culturais.
Sarv-e-Abarkooh (árvore cipestre) 4.000 anos / Oscar Niemeyer 104 anos
O estilo arquitetônico contemporâneo não dá chances à arquitetura vernacular e espontânea que é diferente em cada lugar de acordo com seus fatores climáticos e culturais.
Akron Art Museum, Ohio, 2007 / Estufa de plantas.
A tecnologia foi suplantando diversos princípios arquitetônicos. Assim como na época do historicismo neoclássico da revolução industrial, quando a construção se dividiu em engenharia e arquitetura, as pessoas, em sua maioria, estavam fascinadas com as novas técnicas e a rapidez com que elas eram realizadas, mas, em contrapartida haviam os arquitetos numa linha de classicismo romântico e poético que não admitiam os catálogos de plantas que os engenheiros estavam criando e delimitando com isso a forma de criar.
Estamos numa fase de deslumbre com a tecnologia, onde o homem se encapa com ela e fica alheio ao seu ecossistema, como se não fizesse parte dele. O consumismo do nosso tempo também faz parte dessa conduta, de almejar, ter e usar as tecnologias mesmo sem necessidade. E isso tem enfraquecido muito em vários aspectos, principalmente falando em arquitetura.
Não sou contra tecnologias (ar-condicionado, aquecedor, bla, bla, bla), mas devem ser utilizadas com sabedoria. Estamos delimitados a um estilo de criação que não convém com a realidade. Nem do clima e nem do cenário de poluição do planeta, além desses interesses individuais, gananciosos e egoístas.
Kárita talvez consiga encarar essa realidade escrevendo, já que mesmo tendo esperanças, sabe que lá no fundo não há como fugir do mercado atroz morando na cidade - talvez nem fora dela.
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